Se você trabalha por conta própria e quer formalizar o seu negócio de forma simples, rápida e barata, abrir uma MEI (Microempreendedor Individual) é o caminho ideal. Esse formato foi criado para ajudar pequenos empreendedores a saírem da informalidade, oferecendo um CNPJ gratuito, a possibilidade de emitir notas fiscais e o acesso a benefícios previdenciários, como aposentadoria e auxílio-doença.
Atualmente, o processo para abrir uma MEI é extremamente fácil. Tudo é feito online, de forma gratuita, pelo Portal do Empreendedor (gov.br), sem precisar de contador ou intermediários. Em poucos minutos, você já pode ter o seu CNPJ ativo e começar a atuar de forma legalizada.
Mas, antes de abrir sua MEI, é importante entender quais são as regras atualizadas, quem pode se formalizar, quanto custa manter o registro e quais atividades estão liberadas. Essas informações são essenciais para garantir que o seu negócio esteja dentro das normas e possa crescer de forma segura.
Neste guia, você vai aprender como abrir uma MEI, descobrir o que mudou nas regras, quanto custa manter o CNPJ ativo e como usar essa formalização a seu favor — seja para vender produtos, oferecer serviços ou abrir sua loja virtual com a Shopify.
O que é o Microempreendedor Individual (MEI)?
O Microempreendedor Individual (MEI) é uma categoria criada pelo governo federal para formalizar profissionais autônomos e pequenos empreendedores que trabalham por conta própria.
Ela foi instituída pela Lei Complementar nº 128/2008 e simplifica a abertura e a manutenção de um negócio, oferecendo um modelo com tributação reduzida, burocracia mínima e direitos previdenciários.
Ao se registrar como MEI, você passa a ter um CNPJ ativo, o que permite emitir notas fiscais, abrir conta jurídica, vender para empresas e até acessar linhas de crédito voltadas a pequenos negócios. Além disso, o MEI recolhe seus impostos de forma unificada, por meio do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), com valores fixos mensais.
Outro grande benefício é o acesso à previdência social, que garante direitos como aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte.
Quem pode ser MEI
Antes de iniciar o cadastro, é essencial entender se você se enquadra nas regras atuais para se tornar um Microempreendedor Individual. O modelo MEI é voltado para quem trabalha por conta própria e busca formalizar suas atividades sem precisar lidar com toda a burocracia de uma empresa tradicional.
No momento a redação, podem se registrar como MEI os profissionais que:
- Faturam até R$ 81 mil por ano (média de R$ 6.750 por mês);
- Não participam como sócio ou titular de outra empresa;
- Têm no máximo um funcionário contratado, recebendo um salário mínimo ou o piso da categoria;
- Exercem uma atividade econômica permitida, conforme a lista oficial do Anexo XI da Resolução CGSN nº 140/2018;
- E atuam em atividade de baixo risco, dispensada de alvará.
Essa lista de atividades é bastante ampla e inclui desde profissões criativas e de serviços, como cabeleireiro, designer e fotógrafo, até atividades comerciais, como vendedor de roupas, prestador de manutenção, eletricista e comerciante de alimentos.
Você pode conferir se a sua atividade é permitida acessando a lista atualizada de ocupações do Portal do Empreendedor. O site também mostra os códigos CNAE correspondentes e orienta qual tipo de imposto (ICMS ou ISS) se aplica ao seu caso.
💡 Dica Shopify: se você vende produtos ou presta serviços online, pode abrir uma MEI para formalizar sua loja virtual. Assim, você emite notas fiscais de forma regular, ganha credibilidade com os clientes e ainda tem acesso facilitado a meios de pagamento e crédito.
Quanto custa ser MEI em 2025
Abrir uma MEI é 100% gratuito, isso se você fizer todo o processo pelo portal oficial do governo. Contudo, muitas pessoas preferem contratar um contador para fazer a abertura e para outros serviços, assim, eles contam com a experiência de um profissional qualificado caso algo não saia como planejado. Nesses casos, o contador cobrará uma taxa pelos seus serviços, podendo ou não incluir um valor específico para a abertura da MEI.
Além disso, manter o registro ativo envolve um pequeno custo mensal chamado DAS. Esse é o único pagamento obrigatório do microempreendedor individual e serve para cobrir contribuições previdenciárias e tributos simplificados.
O valor do DAS é atualizado sempre que há mudança no salário mínimo, e em 2025 ele passou a ser calculado com base no novo piso nacional de R$ 1.518,00. Veja como ficaram os valores mensais:
- R$ 75,90 – para atividades de comércio ou indústria (INSS + ICMS);
- R$ 76,90 – para atividades de prestação de serviços (INSS + ISS);
- R$ 82,90 – para quem atua em comércio e serviços ao mesmo tempo;
- R$ 182,16 – para transportadores autônomos, cuja alíquota do INSS é maior (12%).
Esses valores já incluem todos os impostos do MEI e garantem benefícios como aposentadoria, salário-maternidade, auxílio-doença e pensão por morte. Além disso, o pagamento mantém seu CNPJ regularizado e evita multas ou suspensão do registro.
O boleto pode ser emitido no site do Simples Nacional ou pago pelo aplicativo MEI, disponível para Android e iOS. Também é possível habilitar o débito automático, o que ajuda a não esquecer o vencimento.
Como abrir uma MEI: passo a passo simples
Abrir uma MEI é mais simples do que parece. O processo foi modernizado recentemente e, hoje, você consegue criar seu CNPJ e começar a atuar de forma legalizada sem precisar de contador ou alvará.
A seguir, veja o passo a passo atualizado de como abrir uma MEI diretamente no Portal do Empreendedor.
- Verifique se você pode ser MEI
- Separe seus documentos
- Faça login no Portal do Empreendedor
- Assine o Termo de Ciência e Responsabilidade
- Gere o seu CCMEI (Certificado de Condição de MEI)
- Cuide dos próximos passos
1. Verifique se você pode ser MEI
Antes de qualquer coisa, confirme se sua atividade está na lista permitida e se você se enquadra nas regras (ex.: não ser sócio/administrador de outra empresa; até 1 empregado; faturamento anual dentro do limite vigente).
A página oficial “Verifique se você atende as condições para ser MEI” reúne os critérios e aponta a lista de ocupações (Anexo XI da Resolução CGSN 140/2018).
2. Separe seus documentos
Para se cadastrar, você precisa ter uma conta gov.br (preferencialmente nos níveis Prata ou Ouro, que permitem validação automática). Além disso, tenha em mãos:
- RG e CPF;
- Endereço residencial e comercial;
- Informações de contato (telefone e e-mail);
- E os dados da sua atividade, como o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas).
Essas informações serão solicitadas durante o cadastro, então é importante deixá-las prontas para agilizar o processo.
3. Faça login no Portal do Empreendedor
Acesse o Portal do Empreendedor e clique em “Formalize-se”.
Você será redirecionado para o ambiente de login do gov.br — basta entrar com seu CPF e senha.
Em seguida, o sistema abrirá o formulário de inscrição, onde você deverá informar:
- Dados pessoais e de endereço;
- Descrição da atividade principal e secundárias;
- Local onde o trabalho será realizado (residência, ponto comercial ou online);
- E confirmar as declarações legais.
4. Assine o Termo de Ciência e Responsabilidade
Desde 2020, quem se formaliza como MEI não precisa de alvará ou licença para começar a trabalhar. Durante o processo, você apenas precisa aceitar o Termo de Ciência e Responsabilidade, que confirma que sua atividade é de baixo risco.
Essa mudança simplificou muito a abertura de empresas, mas vale lembrar: você continua responsável por seguir as normas sanitárias, ambientais e de segurança do seu município.
5. Gere o seu CCMEI (Certificado de Condição de MEI)
Após preencher o cadastro e aceitar os termos, o sistema gera automaticamente o CCMEI — o documento oficial que comprova a existência da sua empresa.
Ele contém:
- Seu CNPJ;
- O número de registro na Junta Comercial;
- E a confirmação da dispensa de alvará.
Guarde esse certificado em formato PDF. Ele é o documento que comprova que você é um microempreendedor individual e pode ser solicitado por bancos, fornecedores e marketplaces.
6. Cuide dos próximos passos
Com o CNPJ ativo, você já pode começar a vender e emitir notas fiscais. Mas há três pontos que merecem atenção logo no início:
- Pague o DAS mensal: o boleto pode ser emitido no site do Simples Nacional ou pelo aplicativo MEI.
- Emita notas fiscais corretamente: se você presta serviços, use o Emissor Nacional da NFS-e; se vende produtos, consulte as regras da Secretaria da Fazenda do seu estado.
- Organize suas finanças: acompanhe o faturamento mensal para não ultrapassar o limite de R$ 81 mil anuais.
Com esses passos, você formaliza sua MEI de forma rápida, segura e 100% digital. Em poucos minutos, você estará com seu CNPJ ativo, pronto para emitir notas fiscais e fazer seu negócio crescer — seja em uma loja física, online ou nos dois canais ao mesmo tempo.
Como emitir nota fiscal como MEI
Depois de abrir sua MEI, o próximo passo é aprender como emitir nota fiscal, algo essencial para manter a regularidade do seu negócio e transmitir mais confiança aos clientes. O processo é simples e gratuito, mas pode variar conforme o tipo de atividade que você exerce e o local onde sua empresa está registrada.
A seguir, veja como funciona a emissão de nota fiscal para MEI:
Quando o MEI precisa emitir nota fiscal
De acordo com as regras da Receita Federal, o MEI é obrigado a emitir nota fiscal sempre que vende produtos ou presta serviços para outras empresas (pessoas jurídicas).
Quando o cliente é pessoa física, a emissão não é obrigatória, mas é altamente recomendada, principalmente se você vende online ou quer manter um controle financeiro mais organizado.
Emitir notas fiscais ajuda você a:
- Registrar oficialmente suas vendas e serviços;
- Manter um histórico confiável de faturamento;
- Facilitar o acesso a crédito e financiamento;
- Transmitir mais credibilidade para seus clientes.
Tipos de nota fiscal que o MEI pode emitir
O tipo de nota fiscal que você deve emitir depende da natureza do seu negócio:
-
NFS-e (Nota Fiscal de Serviços Eletrônica): usada por quem presta serviços. É emitida pela prefeitura da cidade onde o MEI está cadastrado.
-
NF-e (Nota Fiscal Eletrônica): usada por quem vende produtos. É vinculada à Secretaria da Fazenda do estado.
-
NFC-e (Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica): usada por quem vende diretamente ao consumidor final, em lojas físicas ou e-commerces.
Como emitir NFS-e pelo Emissor Nacional
Desde 2023, o governo federal disponibiliza o Emissor Nacional de NFS-e, desenvolvido pela Receita Federal e pelo Sebrae.
Essa ferramenta permite que o MEI emita notas de serviço eletrônicas gratuitamente, sem precisar de sistemas de terceiros ou certificado digital.
Você pode acessar o emissor de duas formas:
- Pelo portal oficial, no site gov.br;
- Ou pelo aplicativo NFS-e Nacional, disponível para Android e iOS.
Para emitir, basta fazer login com sua conta gov.br, preencher os dados do cliente e do serviço prestado, revisar e enviar a nota. O sistema gera o documento eletrônico automaticamente, que você pode salvar ou enviar ao cliente por e-mail.
Como emitir NF-e ou NFC-e (para vendas de produtos)
Se sua atividade envolve comércio de produtos físicos, a emissão da nota fiscal depende da Secretaria da Fazenda do seu estado.
Em alguns estados, há sistemas gratuitos para MEIs; em outros, é necessário usar um software emissor credenciado.
Para emitir NF-e ou NFC-e, você precisará de:
- Certificado digital (modelo A1 ou A3);
- Credenciamento na Secretaria da Fazenda estadual;
- E, em alguns casos, um software emissor de notas fiscais.
Esses programas ajudam a automatizar o processo, principalmente se você faz muitas vendas. Alguns emissores pagos também permitem integração direta com plataformas de e-commerce, como a Shopify, simplificando a gestão das vendas e das notas.
Limite de faturamento do MEI: o que vale hoje e o que pode mudar
Um dos pontos mais importantes para quem pretende abrir uma MEI é entender o limite de faturamento anual, que define se a empresa pode continuar enquadrada como microempreendedora individual ou se precisará migrar para outra categoria.
Em 2025, o limite oficial de faturamento para o MEI permanece em R$ 81 mil por ano, o que equivale a uma média de R$ 6.750 por mês. Esse teto é estabelecido pela Receita Federal e pelo Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) e continua sendo a referência válida para todo o país.
O que acontece se o limite for ultrapassado
Caso seu negócio cresça e o faturamento ultrapasse os R$ 81 mil por ano, você precisará migrar para outro enquadramento, como Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP).
- Se o excesso for de até 20% (até R$ 97.200 anuais), a migração acontece no ano seguinte.
- Se o excesso ultrapassar 20%, a mudança de categoria é imediata.
Nesses casos, a empresa passa a recolher impostos conforme o Simples Nacional e deve contar com o suporte de um contador para ajustar o enquadramento.
Propostas de aumento do limite de faturamento
Nos últimos anos, tramitaram diversos projetos de lei no Congresso Nacional propondo o aumento do teto de faturamento do MEI.
Em 2025, duas propostas se destacam:
-
Projeto de Lei Complementar nº 108/2021, aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, que propõe elevar o limite para R$ 150
mil anuais;
- No Senado, o chamado “Super MEI” foi aprovado em 2024, sugerindo a criação de uma nova faixa de faturamento de até R$ 140 mil por ano, com contribuição previdenciária maior (8%).
Apesar do avanço nas discussões, nenhuma dessas mudanças entrou em vigor até o momento da redação. Dito isso, mantenha-se atualizado ou contrate um contador para ter certeza de todas as informações pertinentes ao seu novo MEI.
Por que o limite é importante
Manter o faturamento dentro do limite é o que permite ao MEI continuar usufruindo das principais vantagens do regime, como:
- Pagamento de tributos reduzidos e simplificados;
- Dispensa de alvará e licenças de funcionamento;
- Acesso facilitado a crédito e financiamento;
- E contribuição previdenciária menor.
Por isso, acompanhar de perto suas vendas — principalmente se você tem uma loja virtual — é fundamental para planejar o crescimento do seu negócio sem perder os benefícios da categoria.
Pronto para tirar sua ideia do papel?
Abrir uma MEI é o primeiro passo para transformar o seu talento em um negócio real. O processo é simples, gratuito e totalmente online. Em poucos minutos, você pode ter um CNPJ ativo, emitir notas fiscais e começar a vender com credibilidade.
Mais do que formalizar o seu trabalho, ser MEI é investir na sua independência. Você garante acesso a benefícios previdenciários, crédito facilitado e pode vender para empresas e plataformas com muito mais segurança.
E se a sua meta é dar o próximo passo e abrir uma loja virtual, a Shopify oferece tudo o que você precisa para começar. Você pode criar seu site, conectar meios de pagamento, automatizar a emissão de notas fiscais e acompanhar suas vendas em tempo real — tudo em um só lugar.
AVISO: Este guia é apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento jurídico ou profissional. Consulte um especialista, instituições e autoridades para obter informações específicas sobre seu local e circunstâncias. A Shopify não se responsabiliza pelo uso desses guias.
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Perguntas frequentes sobre como abrir uma MEI
Como abrir uma MEI?
Para abrir uma MEI, acesse o Portal do Empreendedor (gov.br), clique em “Formalize-se” e faça login com sua conta gov.br. Depois, preencha seus dados pessoais, escolha sua atividade, aceite o termo de responsabilidade e gere o CCMEI, que é o certificado oficial da sua empresa. Todo o processo é gratuito e online.
Quanto custa abrir e manter uma MEI?
Abrir uma MEI é de graça. O único custo é a contribuição mensal do DAS, que em 2025 varia de R$ 75,90 a R$ 82,90, dependendo da atividade. No caso de transportadores autônomos, o valor é de R$ 182,16 por mês.
Quem pode abrir uma MEI?
Qualquer pessoa que fature até R$ 81 mil por ano, não tenha outra empresa e exerça uma das ocupações permitidas pelo governo pode abrir uma MEI. Também é possível contratar um funcionário com salário mínimo ou piso da categoria.
Preciso emitir nota fiscal como MEI?
Sim, o MEI é obrigado a emitir nota fiscal quando vende produtos ou presta serviços para outras empresas (pessoas jurídicas). Para clientes pessoas físicas, a emissão é opcional, porém recomendada. É possível emitir notas gratuitamente pelo Emissor Nacional de NFS-e ou pelos sistemas das Secretarias da Fazenda estaduais.


